quarta-feira, 23 de março de 2011

Día del Mar

Qualquer olhada em um mapa da América do Sul constata o fato de que o território boliviano não possui uma saída para o mar. Entretanto, isso nem sempre foi assim.

Ao se tornar independente do domínio espanhol, a Bolívia possuía um departamento que lhe garantia uma ligação com o Oceano Pacífico, o departamento de "Litoral". A importante saída para o mar foi perdida para o Chile durante a "Guerra do Pacífico", travada entre 1879 e 1883; pouco antes do Brasil se tornar uma República em 1889.

Uma versão extremamente resumida do ocorrido é a seguinte:

O litoral da Bolívia era motivo de controvérsia entre Chile e Bolívia. Em 1874 foi firmado pelos dois governos um tratado fixando o paralelo 24º sul como sendo a fronteira entre os dois territórios. Havia também algumas disposições sobre tarifas para explorção da região por empresas chilenas e bolívianas. A região do Atacama, era rica em recursos minerais principalmente em salitre e guano.
A Compañia de Salitres y Ferrocarril de Antofagasta, uma sociedade chilena possuia desde novembro de 1873 um acordo como o governo boliviano para a exploração mineral da região livre de impostos por 15 anos.
Em 1978, o congresso boliviano analisou o tratado de 1874 e o ratificou com a resalva de que a empresa chilena deveria pagar o 10 centavos por quintal de salitre explorado. O acordo de limites ainda não havia sido aprovado pelo congresso boliviano, apenas pelo executivo.
A dívida foi cobrada com a ameaça da apropriação dos bens da empresa, o governo chileno saiu em defesa o interesse da empresa, as principais cidades do Litoral eram povoadas em grande parte por chilenos, a guerra começou.
O Peru tinha um acordo de defesa mútua com a Bolívia e também entrou na gerra e também perdeu território para o Chile. Em 1884 a Bolívia assinou uma trégua que deu total controle da costa pacífica ao Chile.

Para uma melhor apreciação do conflito vale a pena ler o artigo da wikipedia sobre o assunto: http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_do_Pac%C3%ADfico_(s%C3%A9culo_XIX) ou em espanhol http://es.wikipedia.org/wiki/Guerra_del_Pac%C3%ADfico.


Perdido o território, ficou a mágoa para com os chilenos e o desejo profundo de reconquistar o litoral tomado. Essa é a principal razão das manifestações que se realizam no DIA DO MAR.


Em Cochabanba, o evento foi realizado em 2011 entre o Cinecenter e a Plaza Quintanilla. Na rotatória que existe em frente ao Cinecenter existe um monumento em homenagem a Eduardo Avaroa que foi líder da resistência boliviana na batalha de Calama. A solenidade cívico-militar toma parte nesse local e trata justamente de homenagiar a figura histórica de Avaroa e de lembrar ao povo da contínua reinvidicação pelo acesso ao Oceano.
Os lemas de "Viva Bolivia hacia mar" e  "El mar nos pertenece por derecho y recuperarlo es un deber" foram bastante repetidos pelos militares e pela população.





Hoje, a Bolívia conta com uma rota fluvial para o Atlântico pelo rio Paraguai e utiliza portos peruanos. Existe uma agenda bilateral de 13 pontos entre Chile e Bolívia para a reinvidicação marítima boliviana. Segundo o canciller David Choquehuanca estão avançando no sentido de promover um corredor para o mar ou um enclave boliviano no Pacífico.

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